30.8.06

Maria Conceição de Lacerda

MITO E AUTORIDADE DOMESTICA

O texto apresenta una análise estrutural de um mito, o Mito de Auké origem do homem branco. Mito encontrado no grupo lingüístico Jê-Timbira, povos indígenas Canela, Krikati, Gaviões, Apinaye, Krahô. Da Matta transcreveu duas variantes do Mito de Auké e usando a técnica de bricolage apresentada por Levi-Strauss analisou o mito.
Analisando o texto da Matta reduziu a um conjunto de elementos comuns e depois os elementos diferentes organizando-o em orações absolutas compostas de sujeito e predicado e assim teve um quadro técnico de variantes para a analise.
Ordenou o mito em quatro mitemas: a) Relações entre mãe – menino; b) Relações entre menino – sociedade; c) Relações entre sociedade – menino e d) Relações entre índios – brancos. Na ordem alfabética o primeiro representa categorias concretas e abstratas fundamentais do universo cosmológico da sociedade timbira, lida com processos que está sob o controle da sociedade, processo esse empermeado das regras criadas e mantidas pelo grupo.
Da Matta aponta para os elementos como: gravidez (tabu) limitação das atividades sociais, água natureza, mulher - natureza, a capacidade da mulher de em certas circunstancia se confundir com a natureza, e a experiência individual a solidão que ameaça o controle e podem provocar algo irreversível. Neste contexto ocorre a “anunciação” e a mãe descobre a anormalidade de seu futuro filho mas não interrompe a gravidez,espera pelo parto.
O segundo que trata da relação do menino Auké com a sociedade Timbira cria uma situação absurda: medo, desordem, poderes com irracionalidade; homem – natureza, classes de idade, oposto ao demais meninos não se encaixa nas categorias de classificação dos homens do grupo, não necessita do rito de passagem. Para da Matta as mulheres são perigosas, mas Auké é mais perigoso que as mulheres e desnecessário e por isso deve ser eliminado.
O terceiro trata de relação entre os índios e os brancos é a parte do mito onde a sociedade Timbira chega a definir Auké. Auké origina o homem branco e revela as diferenças existentes entre a sociedade Timbira e a sociedade branca, o caráter ambíguo e desorganizador, a capacidade criadora de coisas que não pertencem ao universo Timbira, o poder sobre as forças da natureza. O contrato presentes e a condição de branco intrumentos de trabalho e mudanças de hábito, aqui se explica o contato.
Parece-me que não explicou o quarto e seguiu comparando as duas variantes do mito onde encontramos o sentido do título deste capítulo que é o Mito e autoridade domestica o mito permite visualizar duas esferas da vida social: a doméstica e a pública. As ações de Auké atingem a ordem social, esfera pública mas a resolução do problema Auké se dá no âmbito doméstico, o irmão da mãe ou pai da mãe tenta eliminá-lo.
Confrontando os dados desta análise encontramos informações dicotômicas sobre os sitemas sociais e de autoridade Timbira. Da Matta conclui que como a análise dos mitos auxiliou a colocação de certos papeis sociais dentro de uma perspectiva adequada dentro da realidade sociológica que permitiu passar de um nível socio-cosmológico não para o da realidade social no sentido mais estrito. As relações fixadas no mito não difere muito da realidade etnográfica pois certos papeis desenvolvidos por personagens mitológicas correspondem a personagens da vida cotidiana e cerimônias. A análise sociológica da autoridade doméstica ajudou a discutir a estrutura social Timbira como ela mesma se apresenta sem considerações pre-fixados por modelos sociológicos tradicionais .

DIFICULDADES
Apareceu no texto outro mito deste mesmo grupo lingüístico, por não conhecer tal mito não pude compreender muito bem o que queria dizer e quais as relaçoes com o mito de Auké. ( o que tem a ver a mulher-estrela).

CONCLUSÃO
Que o trabalho procurou partir de um problema simples, colocado pela análise de duas variantes de um mesmo mito.
Que a análise dos mitos auxiliou a colocação de certos papeis sociais dentro de uma perspectiva adequada em termos da realidade sociológica e permitiu passar de um nível sócio-cosmológico para o da realidade social no sentido mais restrito.
Que se pode constatar que as relações fixadas no mito não devem diferir muito daquelas da realidade etnográfica e que os personagens que desempenham certos papeis no mito, devem corresponder aos mesmos personagens na vida cotidiana e cerimonial.
Que na análise sociológica do mito se pretendeu uma nova Hipótese de trabalho a qual eventualmente pudesse ajudar a discutir a estrutura social Timbira como ela mesma se apresenta, sem considerações prefixadas por modelos sociológicos tradicionais.
“E que, finalmente, se pretendeu ter demonstrado que é possível partir de um mito e através de sua análise chegar à determinação de alguns problemas sociológicos importantes que se podem levantar a partir de sua análise” .


BIBLIOGRAFIA
MATTA, Roberto Augusto da, 1936. Mito e Autoridade Doméstica, in: Ensaios de Antropología Estrutural. Petrópolis, Vozes, 1973.